Efeitos do conteúdo de ferro em cápsulas de placenta versus placebo

Este texto é uma produção de Segredos da Placenta e Ana Paula Gaia

Qual era o objetivo desse estudo? Verificar se o aumento de energia e disposição relatado pelas mulheres que consumiram as suas cápsulas de placenta era devido ao nível de concentração de ferro nas cápsulas.

IMPORTANTE: Este estudo não encerra as pesquisas sobre os efeitos da placentofagia. Não há nada nesta pesquisa que diga que a placenta não funciona ou não é útil para mulheres no pós-parto, e para entender te convido a ler a fazer essa leitura:

Quais foram as descobertas interessantes desse estudo? As cápsulas de placenta continham 7 vezes mais concentração de ferro em comparação com o placebo de carne bovina. No entanto, mostrou que não houve diferença significativa nos níveis de ferro das mulheres que consumiram placenta em comparação com o placebo.

O aumento de disposição relatado pelas cápsulas da placenta não se deve necessariamente ao seu conteúdo de ferro, porém o estudo não investiga se esse efeito pode vir de outras substâncias presentes. As mulheres que consumiram capsula de placenta relataram mais disposição em relação às mulheres que consumiram placebo, porém o número de participantes é muito baixo para que se possa concluir o benefícios, outros fatores precisam ser avaliados e validados.

As cápsulas de placenta forneceram 24% da dose diária recomendada (RDA) de ferro entre mulheres lactantes com base na dose máxima oferecida dentro do estudo.

Nenhuma das mulheres participantes tinha deficiência de ferro. Portanto, ainda não temos ideia se as cápsulas de placenta teriam um efeito significativo num grupo com deficiência de ferro, por exemplo. Contudo, importante frisar que não recomendamos nem incentivamos o uso de cápsula de placenta como forma exclusiva de tratamento de anemia pós parto.

O número de participantes deve ser muito maior para que se possa realmente encontrar resultados determinantes. Esse estudo em questão conseguiu analisar somente 23 participantes.

O resumo do estudo: Setenta e oito por cento (18/23) das concentrações de hemoglobina dos participantes do estudo estavam acima do ponto de corte da Organização Mundial da Saúde para deficiência de ferro gestacional (≥ 11,0 g/dL) durante a 36ª semana de gravidez. Os resultados não revelaram diferenças estatisticamente significativas (hemoglobina, P = 0,603; ferritina, P = 0,852; transferrina, P = 0,936) no nível de ferro materno (incluindo rebote de ferro pós-parto na primeira semana pós-parto) entre mulheres no suplemento de placenta ( n = 10) e grupos placebo (n = 13). As concentrações médias de ferro foram consideravelmente mais altas na placenta encapsulada (0,664 mg/g) em comparação com o placebo de carne bovina encapsulada (0,093 mg/g), mas forneceram apenas 24% da dose diária recomendada (RDA) de ferro entre mulheres lactantes com base na máxima dose diária.

Referência: Gryder, L, et al. “Effects of Human Maternal Placentophagy on Maternal Postpartum Iron Status: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Pilot Study.” Journal of Midwifery & Womens Health. 2017 Jan;62(1):68-79. doi: 10.1111/jmwh.12549.

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